O Senai ES, em parceria com o Governo do Estado, irá oferecer a partir de 2021 cursos técnicos gratuitos à alunos da rede pública estadual. O programa de qualificação profissional faz parte do Plano Espírito Santo – Convivência Consciente, que prevê a criação de 100 mil empregos nos próximos anos. Inicialmente, as aulas serão oferecidas em 10 municípios capixabas e a meta é que sejam abertas entre 350 e 400 vagas.

Serão três ofertas de cursos: mecânica, eletromecânica e eletroeletrônica. Por meio da parceria, o Senai ES irá montar dentro de cada escola toda a estrutura necessária para que as aulas sejam necessárias, além de disponibilizar o corpo docente e a preparação para os professores estaduais. Já a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) será a responsável pelo modelo e processo de matrícula, bem como pelas unidades que receberam o projeto. A parceria irá operar no modelo do Novo Ensino Médio, ou seja, ensino regular integrado ao técnico. O Sesi ES e o Senai ES são pioneiros na oferta desse modelo de ensino.

O Brasil corre um risco de apagão de mão de obra, tendo 22% de jovens que nem estudam e nem trabalham. No Estado, esse índice é de 18%, ou seja, praticamente um em cada quatro jovens de 15 a 29 anos não estuda e nem trabalha. Segundo a presidente da Findes, Cris Samorini, o projeto em conjunto com o governo irá permitir ao jovem optar por uma formação profissional e técnica dentro da carga horária do ensino médio regular.

“Temos feito um trabalho relevante no Senai para qualificar os profissionais para o mercado. Essa qualificação está conectada com as necessidades atuais das indústrias e com as habilidades necessárias para o futuro do trabalho. Para os que buscam uma recolocação no mercado, o Senai oferece cursos de qualificação profissional, com uma alta carga prática em um curto de curta duração. Para profissionais que estão empregados e buscam crescimento nas empresas onde atuam, temos diversos cursos de aperfeiçoamento, incluindo cursos voltados para a Indústria 4.0. A oferta de cursos do Senai está baseada na empregabilidade dos alunos que concluem seus estudos. Desta forma, a entidade estará contribuindo para elevar a competitividade e a produtividade da indústria e uma melhor qualidade de vida para seus egressos”, destacou Cris.

Ao final dos três anos, o aluno será certificado no ensino médio e no curso técnico ou nos cursos profissionalizantes que escolheu. “Essa oferta é super importante por ser uma ligação direta entre o estudante e o mercado de trabalho da indústria”, frisa a presidente da Findes.

Alta demanda

Os cursos que serão oferecidos nas escolas estaduais, em parceria com o Senai, são altamente demandados por qualquer setor industrial do Estado, segundo o diretor regional do Senai ES, Mateus de Freitas. ” Setores como o de alimentação, mineração, metalmecânica, rochas e confecção demandam técnicos em mecânica, eletromecânica e eletroeletrônica. Todas as indústrias precisam deste perfil de profissional e o estudante com esta formação só aumenta a empregabilidade dele. Tínhamos uma expectativa de que o retorno da indústria seria um pouco mais lenta, mas está acelerado. Com isso, a empresas precisam contratar com empregados capacitados”, ressalta.

Mateus destaca ainda que esse projeto é de extrema importância para empregabilidade e melhoria da produtividade da nossa indústria. “Existe uma grande carência de profissionais com habilitação técnica no mercado. O Brasil possui 11% dos formados no Ensino Médio com formação técnica, enquanto nos países desenvolvidos esse número é acima de 50%”, aponta.

Ainda de acordo com o diretor, a cada 100 alunos que se formam no Senai, 76 são inseridos no mercado de trabalho. “Essa parceria do Senai com o Governo do Estado, vem ao encontro de suprir essa necessidade (de mão de obra), porque sete em cada dez alunos do Senai dos cursos técnicos terminam seus estudos empregados ou empreendendo. Então, para o público-alvo, para os alunos que estudam, terminar o ensino médio com uma formação técnica possibilita uma rápida inserção dessas pessoas no mercado de trabalho, com uma profissão que vai gerar uma boa renda, ajudar na economia das famílias e na produtividade das indústrias!”, frisa.

E os salários pagos aos profissionais são um atrativo para a formação técnica. Um técnico em Mecânica pode chegar a ganhar, em média, R$ 4.500 mensais, por exemplo.

* Por Fiorella Gomes

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