Novo mercado de trabalho cobra habilidades além das técnicas
Com as constantes transformações ocorrendo no mercado de trabalho, a capacidade de adaptação é um ponto que deve ser desenvolvido pelos profissionais, além da multidisciplinaridade.
É aí que entram as soft skills. E se você nunca ouviu falar delas, a gente te conta aqui e agora.
Essas não são habilidades técnicas, mas sim atributos pessoais que ajudam os profissionais a lidarem com as situações presentes em seu dia a dia e a aprimorar suas interações com o restante da equipe em que estão inseridos. O termo vem sendo utilizado desde 2016, após uma reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, onde empresários e líderes mundiais se reuniram para discutir o futuro da economia e dos negócios: a Indústria 4.0.
A 4ª Revolução pela qual passa o setor industrial, transforma não apenas o ambiente de empresas, mas o mercado de trabalho como um todo, com um verdadeiro repaginamento no perfil profissional: o último Fórum Econômico Mundial apontou que, em cinco anos, 35% das competências que são consideradas importantes na força de trabalho vão mudar.
E o que esperar do futuro do trabalho?
O relatório do Fórum Econômico Mundial, batizado de “The Future of Jobs and Skills”, aponta que quem quer conquistar espaço nas novas indústrias deverá desenvolver novas habilidades que vão possibilitar o trabalho em funções mais complexas e criativas.
Isso porque, as tarefas braçais passam a serem executadas por máquinas e o colaborador assume um campo mais estratégico, no campo das ideias e do acompanhamento desses trabalhos.
“Durante muitos anos, o mercado se preocupou apenas nas habilidades técnicas, aquelas em que que o profissional precisa para exercer sua função dentro da indústria. No entanto, devido a modernização dos processos, a complexidade de ações e integração com diversas áreas tecnológicas, as indústrias passaram a atentar para as habilidades interpessoais, como a capacidade de resolver problemas complexos, a comunicação eficaz, o trabalho em equipe, a gestão do tempo, a criatividade e a inovação”, explica o engenheiro da Diretoria de Educação do Sesi/Senai, Erick Thadeu.
Com essas transformações já em curso, as instituições de ensino, do básico ao profissionalizante, passam a assumir o papel de orientar os alunos para essas mudanças, ajudando a identificar suas habilidades e desenvolverem as competências que lhes serão exigidas na vida adulta. Lembrando sempre de que são características que podem ser melhoradas e desenvolvidas ao longo do tempo.
“O Senai no Espírito Santo está atento à evolução das necessidades da indústria. Com isso, passou a utilizar a metodologia por competências para desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes em seus alunos, em todos os cursos ofertados nas Unidades de Ensino, trazendo em nossos Planos de Cursos orientações para que sejam ministradas as principais soft skills relacionadas às funções de cada profissional na indústria”, afirma.
Para se adequar ainda mais às demandas da Indústria 4.0, o Senai-ES fechou uma parceria com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para a realização de um estudo sobre a maturidade da indústria capixaba nos quesitos da 4ª Revolução Industrial e o modelo de evolução que deve ser adotado. A pesquisa “Adoção de tecnologias da manufatura avançada por pequenas e médias empresas – meios e diretrizes para a migração para a Indústria 4.0” tem como objetivo estudar essa nova Industrialização e os impactos sobre a competitividade das empresas capixabas, principalmente as de pequeno e médio portes. Ela traça um paralelo entre as fábricas capixabas e alemãs. Com o resultado do estudo, serão definidos caminhos para as empresas capixabas.
Abaixo, destacamos as principais soft skills exigidas pelo novo mercado de trabalho.
– Multidisciplinar
O novo mercado de trabalho vai exigir do profissional que ele esteja aberto a conhecer novas áreas além da sua formação, estar sempre disposto a aprender
– Colaborador
Manter um bom relacionamento, ser proativo e oferecer ajuda aos colegas de trabalho é um requisito para o profissional da Indústria 4.0
– Idiomas
A Indústria 4.0 funciona de maneira global. Por isso é fundamental conhecer outros idiomas, especialmente o inglês
– Senso crítico
A Indústria 4.0 exige senso crítico do profissional para saber aplicar os dados fornecidos por aplicativos e softwares, otimizando ainda mais os processos
– Flexibilidade
A capacidade de adaptação será ainda mais valorizada na cultura da manufatura avançada. Esteja disposto a trabalhar em turnos diferentes, mudar de área dentro da empresa e demonstre proatividade
Por Fiorella Gomes